16/05/2012 - 14h06
Liderada por um juiz, Grécia realiza novas eleições em junho
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DA EFE, EM ATENAS

Em virtude do Parlamento fragmentado resultante do pleito legislativo do último dia 6 de maio e da incapacidade dos partidos políticos gregos para pactuar um Executivo de coalizão, não restou outra saída que não formar um gabinete interino de caráter técnico e anunciar uma nova convocação às urnas.
Para pactuar a composição do governo que liderará o país até essa data, o presidente da República, Karolos Papoulias, se reuniu hoje com os líderes dos partidos políticos que obtiveram representação parlamentar, menos os neonazistas da Aurora Dourada que se negaram a participar por terem sido alijados de outras negociações.
Em particular, segundo informaram os partidos políticos após a reunião, chegou a ser analisada a possibilidade de dar continuidade ao governo em fim de mandato, de Lucas Papademos, mas nem ele estava disposto nem a proposta alcançou o consenso entre as diversas formações.
"Insisti na formação de um governo completamente neutro e pedi a aplicação do artigo 37 da Constituição para que o primeiro-ministro fosse um dos três presidentes dos mais altos tribunais. Também estabelecemos com o presidente que o governo tivesse poucos membros", explicou o líder do partido de centro-esquerda Dimar, Fotis Kouvelis.
JURISTA DE 67 ANOS
De fato, o novo primeiro-ministro é um jurista de 67 anos que desde 1976 fez carreira no Conselho de Estado, a Suprema Corte grega para assuntos administrativos, da qual foi nomeado presidente em 2010.
Entre 1992 e 1993, Pikrammenos trabalhou como assessor jurídico do então primeiro-ministro conservador Konstantinos Mitsotakis, mas não é militante de nenhum partido.
"Espero ser capaz de realizar minha tarefa. Meu governo será puramente de transição, mas ninguém discute que o país está em um ponto crítico", disse Pikrammenos à imprensa local.
Além disso, explicou que recorreria à "direção" e aos "conselhos" de Papoulias para "proteger o prestígio do país".
SEM PODER DE DECISÃO
No entanto, o novo governo quase não terá poder de decisão em assuntos fundamentais, já que este é o pacto ao qual chegaram os partidos políticos do país.
"Haverá um governo de transição que não tomará nenhuma iniciativa nem na Otan nem na União Europeia", explicou a líder do Partido Comunista, Aleka Papariga.
Isto pode afetar especialmente a Cúpula da Otan nos dias 20 e 21 de maio, na qual se deve discutir a entrada da Macedônia na Aliança, algo que a Grécia veta por diferenças sobre o nome do país.
"O fato de que haja um governo de transição aumenta a responsabilidade dos partidos políticos", advertiu o líder do partido social-democrata Pasok, Evangelos Venizelos.
Danilo Bandeira/Editoria de arte/Folhapress
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Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1091177-liderada-por-um-juiz-grecia-realiza-novas-eleicoes-em-junho.shtml
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